O Homem do Futuro | No escurinho do cinema

Tem gente que diz que cinema nacional não presta. Eu, que não podia pensar mais diferente, tento sempre dar valor à produção audiovisual nacional. Daí que surgiu uma oportunidade de ir ao cinema e resolvi ver O Homem do Futuro, filme em cartaz de autoria de Claudio Torres - mesmo diretor de A mulher invisível (2009)- com Wagner Moura e Aline Moraes no elenco. O argumento – envolvendo viagens no tempo-espaço, mudanças que transformam o futuro completamente, amor e arrependimentos – não é nada novo – que o diga a franquia Efeito borboleta – mas, ainda assim, depois que vi o trailer, fiquei afim de ver.

O filme conta a história do João (Wagner Moura), cientista quarentão amargurado desde que teve seu coração partido por Helena (Aline Moraes), numa festa da faculdade, e obcecado com a idéia de descobrir uma nova forma de gerar energia. Num teste de sua invenção, ele acaba abrindo um buraco no espaço-tempo e viaja justo para a fatídica noite do rompimento com Helena. Decidido a não ter o mesmo futuro solitário, Zero – como é conhecido desde então – entrega o mapa da mina à sua versão mais nova – como evitar a humilhação, conquistar de vez a menina e, de quebra, enriquecer. Claro que não dá muito certo e o João fica preso num paradoxo físico do tempo, e precisa consertar tudo de uma vez por todas.

Apesar do argumento gasto, no fim das contas, é um bom filme. O roteiro é bacana, a reviravolta final é interessante e o trabalho de maquiagem merece ser observado mais atentamente. Wagner Moura, que acaba fazendo mais de um personagem, parece ganhar fôlego de acordo com o andamento do filme. No entanto, o filme tem uns problemas de continuidade que me incomodaram, e talvez pudesse ter um tiquinho mais de ritmo. As piadas, quase sempre, exigem uma boa vontade grande do espectador. Ainda assim, repito que é um bom filme. Uma produção nacional, um filme leve, uma verdadeira comédia-romântica, com uma pitadinha de ficção científica e sem apelar pra piadas gastas ou alusões sexuais. Só por isso, já vale a ida ao cinema. Sem contar Wagner Moura, fofo que é.