terça-feira, 9 de agosto de 2011

Eu sou Charlotte Simmons



Taí, acho que nunca falamos de livros aqui no Bagunça. Pois bem, que Eu sou Charlotte Simmons seja o primeiro. Escrito em 2004 pelo americano Tom Wolfe ( e disponível no Brasil desde 2005, pela editora Rocco, a R$ 65,00), o livro conta a história da Charlotte, a melhor aluna da pequena cidadezinha de Sparta, um vilarejo com cerca de 900 mil habitantes, nas montanhas da Carolina do Norte, que, ao terminar a escola, segue seu futuro brilhante me direção à fictícia universidade Dupont, onde é bolsista.

Charlotte espera encontrar na vida universitária as descobertas e emoções de uma vida brilhante e intelectual, mas se depara, em verdade, com uma série de jovens bonitos e ricos... e só. A vida na Dupont se mostra a Charlotte como uma grande festa - sempre com bebidas, sexo, drogas e palavrões – de que ela definitivamente não faz parte. A menina prodígio do interior precisa, então, descobrir uma forma de conviver com a insuportável Beverly – sua roomate predestinada a ser mais uma garota de irmandade – com os incríveis mutantes do milênio e com a surpreendente atenção que chama de todos os rapazes – jogadores de basquete, de lacrosse ou simplesmente irmãos de alguma fraternidade.

Durante o livro acompanhamos também a história de Adam Gellin, um rapaz intelectual e ambicioso; de Jojo Johansen, um dos astros de basquete da Dupont; e de Hoyt Thorpe, um dos caras mais bonitos e cool de toda a universidade, mas que não tem nenhum futuro brilhante pela frente.

O texto é incrivelmente detalhista, e beira uma realidade cinematográfica. Aliando-se aos textos, os personagens e situações – um tiquinho clichês, vá lá – a leitura é ótima para aqueles que têm uma imaginação fértil e que transformam aquilo que lêem em cenas. Uma crônica da atual juventude americana. Charlotte Simmons passa por poucas e boas, mas talvez as reviravoltas da narrativa não sejam tão intensas quanto acredita o autor. A impressão que tive é a de que, apesar de escrever um bom livro, Tom Wolfe usa Charlotte apenas como um instrumento para relatar tudo que havia analisado em seus meses de pesquisa. Assim, o final fica meio corrido, reduzindo a história a um texto passível de se tornar roteiro de uma comédia romântica. Ainda assim, considero uma leitura válida.

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