Cem Homens | Do amor

daqui

Como eu já expliquei, a Do Amor é a nossa seção para relacionamentos e afins (muito embora só agora eu tenha percebido que algumas coisas não têm nada a ver com amor, propriamente dito). Tinha aproveitado as férias para me atualizar em uma série de leituras, entre elas, a Revista Só. Uma das matérias que li me chamou bastante a atenção: assinada por Felipe Paranhos, a 100 homens em um ano  conta a história de Letícia Fernández, jornalista que decidiu traçar a meta de fazer sexo com 100 homens em 2011 e documentar tudo em seu blog.

A “resolução de ano novo” da Letícia é digna de aplausos. Sim, aplausos. É uma das poucas vezes em que vejo uma mulher assumir lidar com sua sexualidade de uma forma tão simples e auto-consciente. Prova disso é que a intenção dela na verdade era uma “forma de me lembrar que ter uma vida sexual plena é essencial para o equilíbrio.” E é tão somente isso que ela assume que pode ou não bater a meta. E que não se importa com isso.

 No fim das contas, o que o Cem Homens levanta é a questão do sexo casual. Quem lê revistas de comportamento (Oi, Nova Cosmopolitan!) sabe que esse é um tema recorrente. Mas quem aí não tem uma amiga ou conhecida que, por ser bem resolvida demais com a própria sexualidade, vira motivo de chacota? Julgar é natural do ser humano, ok, mas e aquela coisinha linda chamada liberdade? E aquela outra chamada respeito? A Letícia conta que parou de postar uma época por causa dos insultos que recebeu. E aí, e essa patrulha da moralidade, que não tem mais o que fazer além de cuidar da vida sexual dos outros?

Independente de como se encara o sexo – algo idealizado, mundando, sujo ou até mesmo a melhor coisa do mundo – o mais importante é respeitar como o outro encara. E, olha, se o outro é uma mulher que curte sexo casual, que curte desmitificar o corpo feminino e que acredita mesmo que o sexo é parte fundamental de uma vida equilibrada... Por que não?