sexta-feira, 20 de maio de 2011

Carta da Editora | Sumiço ou meu posicionamento quanto ao Bagunça

Essa é a carta da editora mais pessoal que eu devo escrever, imagino. Porque é um pouco do #serblogueiro, é um pouco de desabafo e um pouco de pedido de desculpas.

É, desculpas, mesmo! Queria pedir desculpas pelo sumiço e pelo ritmo lento em que as coisas estão aqui no Bagunça. É que em Janeiro a gente mudou o blog, daí tava chegando a hora de mudar a gente também, né? E eu tenho muito de um gene workaholic, que me dá a mania de querer me manter ocupada e de pensar que isso resolve todos os meus problemas, assim que, querendo mudar e, sobretudo, virar gente grande, ocupei – mais ainda – os meus horários. Quase não me sobra tempo pra muita coisa, e, nessa brincadeira, o blog acabou sendo o primeiro projeto a ficar de lado um pouquinho.

E, veja bem, eu não me orgulho nem um disto, principalmente porque, é, de certa forma, o Bagunça também é um projeto profissional – e o digo assim, com ressalva, porque abrimos o blog com uma proposta pretensiosa de estimular estudos e produção de conteúdo de moda. Foi só depois, a partir do momento em que passamos a ver este espaço como um canto nosso, com nossa cara, nossas opiniões e nossos gostos é que demos a ele esse contorno que vocês vêm hoje. É por isso que o Bagunça passou a falar de muito mais que apenas moda. Tomamos como nossos por direito todos aqueles temas de que temos alguma aproximação – às vezes mesmo muito mais do que temos de moda – e que nos compõe de tantas formas. Por mais que roupa seja um jeito super bacana de comunicar, não adianta nada se ela só falar por si, e não pelos livros que você lê, pelas músicas que você ouve, pelos lugares pelos quais você já passou ou pelos vídeos que você já viu.

Sabemos que só tivemos liberdade de mudar nosso rumo porque este é um espaço pessoal, sem amarras mercadológicas. Escrever sobre tudo que gostamos – e que, de uma forma ou de outra compõe o nosso armário, com o perdão do trocadilho – só é possível porque este é um espaço independente, aberto e, a priori, gratuito. Porque muita gente esquece, mas é isso que são os blogs. Então pouco importa se quem tá escrevendo é um expert no assunto ou um iniciante. Os dois têm a mesma chance de começar a escrever – se você vai ler um ou outro, se um ou outro vai conseguir transformar seu blog em uma estratégia de mercado, ou se vai gerar mais ou menos buzz, são outros quinhentos. Então para quê transformar a blogosfera num drama? Era pra ser tão divertido quanto fazer fanzines.

E fazer o Bagunça de Armário é divertido. É trabalhoso, às vezes parece que falta pauta, outras, que falta tempo, e outras, ainda, que é desnecessário. Mas escrever sobre o que você gosta é recompensador. Sobretudo porque é divertido, sim. É leve, sim. Mas nem por isso não é levado a sério. Fazemos questão de nos esforçar por um bom texto, por informações minimamente apuradas e por cumprir o primeiro compromisso que firmamos ao registrar nosso domínio: Fazer um espaço de comunicação de que gostaríamos de fruir. 

O Bagunça é um blog, e dificilmente perderá as características de tal. Gostamos de ser pessoal, de ser flexíveis, de servir aos propósitos que nos parecem melhor, e pretendemos continuar assim. Talvez estes sejam tempos complicados para o Bagunça de Armário, por motivos que vão além da vida online. Mas ele vai continuar aqui. Firme, forte, e como um blog. E o atualizaremos sempre que pudermos.

Um comentário:

  1. é isso mesmo Any, ótimo texto! temos que escrever quando temos tempo, assunto e vontade, e não apenas escrever por escrever qualquer baboseira só pra encher o espaço... isso é normal, todos passam por essa fase!
    beijos

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