domingo, 3 de outubro de 2010

Tudo que a gente precisa é comer, rezar e amar.






Para ter problemas com limites, é preciso primeiro TER limites, certo? Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro - tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei por você todas as suas dívidas (em todos os sentidos da palavra), protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo o tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de Natal para sua família inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva. Darei a você tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será me apaixonar por outra pessoa. Não é com orgulho que revelo esses fatos sobre mim mesma, mas é assim que sempre foi. O que sei é o seguinte: estou exausta com as consequências cumulativas de uma vida de escolhas apressadas e paixões caóticas.


Esse é um trecho do livro "comer, rezar e amar" que virou longa estrelado por Julia Roberts (e que eu assisti hoje). Minha intenção não é fazer um post de recomendação cinematográfica. Produto bom se vende sozinho e com as minhas considerações aqui eu vou acabar despertando a curiosidade de quem se interessar pela história.

- Então vai falar sobre o figurino do filme?
- Não!
- , vai falar sobre o que? O que ele tem relação com o bagunça de armário?

Vou falar de identidade. É disso que o filme trata e é isso que vivemos repetindo por aqui. Afinal, moda É expressão da identidade.
Durante as 2:30h em que viajamos por NY, Itália, India e Bali junto com Liss somos convidados a repensar nossa identidade, quem somos nós, o que nos define.

Sexo é a palavra que define Roma. E qual a sua palavra Liss?
Acho que escritora.
isso é o que você faz e não quem você é.

Buscando essa tal palavra a vida da personagem ganha cor e sentido. Ela aprende a sorrir
com o fígado, a se perdoar, a ter apetite pela vida. Conhece "Deus" e aprende a rezar, a deixar a mente vazia sem precisar deixar de ser tagarela. Para aí sim voltar a se amar.
Bem... eu também não sei qual é a minha palavra e provavelmente nem você. Mas heey, eu só tenho 20 anos! Ainda me resta muito tempo, lugares, pessoas, tequilas, Tutti per scoprire.

Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma… então a verdade não lhe será negada.

No final o que esse belíssimo filme mostra é que pra se conhecer você precisa se libertar e experimentar atravessar...

* Acabou sendo um post de recomendação cinematográfica.
* Experimente assistir o filme e ler de novo, provavelmente você vai entender de outra forma e perceber os mil spoilers que tem por aí. ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário