quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Musicando: Todo Carnaval tem seu fim ou O show de Los Hermanos por uma (super) fã

E o que falar do show do Los Hermanos, hein? O que posso descrever aqui é a minha experiência pessoal, a experiência de uma fã. De uma pessoa que acha que Los Hermanos não é apenas uma banda, é uma religião.


Cheguei ao Campo Grande às 16h da tarde. Muito mais tarde da hora em que eu previa chegar, mas tudo bem. Fiquei na fila com umas amigas, e conhecemos outros fãs na fila. Lembramos que não tínhamos comprado confetes nem serpentinas pra jogar pra cima na hora de "Todo Carnaval Tem Seu Fim". E agora? Saímos pedindo panfletos as pessoas na rua pra poder rasgar (desculpa, foi por um bem maior) e fazer confetes. Conseguimos. Enchemos o meu bolso e o de Caio de "confetes". Gisele tinha música do Los Hermanos no celular. E agora? Ligamos e começamos a cantar, ué. De repente, várias pessoas na fila cantando com a gente. Todos deveras ansiosos. Todos esperando por um dos momentos mais felizes da vida.


Portões abertos. Corre, procura um lugar legal. "Preciso vê-los de perto", era o que mais se ouvia. Tentamos e ficamos o mais perto que conseguimos. Mais ainda assim longe, bem longe do que pretendíamos (que era ficar no palco, praticamente). Mais espera, mais espera. Qualquer movimento que víamos atrás do palco, gritávamos. E mais espera. De repente gritos, muitos gritos, palmas, gritos, mãos pra cima: "São eles! São eles!". Meu Deus, eram eles. Simples, como tem que ser. Eram apenas eles e os instrumentos. E suas letras e melodias. Precisávamos de mais? "O Vencedor" abre o show. Depois vem “Retrato pra Iaiá”, “O Vento”, “Além do que se vê”, e assim por diante. E vem um dos momentos mais lindos da minha vida: "Sentimental". Tudo escuro, e apenas as luzes dos celulares e alguns isqueiros iluminando. Eu nunca tinha visto a Concha tão lotada (dizem que havia 5.500 pessoas) e tão linda em toda a minha vida. Foi arrepiante. Foi emocionante. Encerram com "Último Romance", mas quem disse que iríamos deixar? O coro forte, alto, ensurdecedor, pedindo pela volta, pedindo Pierrot. Pedindo que aquele momento não se fosse assim tão rápido. E voltaram. Sim, tocaram "Pierrot", e depois “Deixa o Verão”, encerrando ao som de "A Flor". Após a saída da banda, só se via olhos brilhando, olhos que olhavam como se pedissem "volta, por favor". Mas olhos que foram acordados por um som mecânico qualquer, nos mostrando que não havia mais nada.



Hora de ir embora, feliz, sem voz, feliz. Muito feliz. Hora de voltar pra casa e relembrar de tudo. De contar todo esse momento pra quem quisesse ouvir. Contar milhares de vezes, pra experiência do momento parecer mais forte. Hora de deitar na cama e sonhar.


Show do Los Hermanos é isso. É abraçar seu amigo e apontar pra ele, lembrando de algum momento. É cantar olhando para o seu amor, se declarando. Ou fechar os olhos (e talvez chorar) lembrando daquele que foi perdido. É sorriso, é grito, é emoção, lágrimas, cantar com o coração, cantar tão forte pra seu sentimento ser ouvido em qualquer lugar. É palma (e saber o momento certo de cada palma), é levantar os braços, saber o momento do confete, o momento de iluminar com o celular. É ficar rouco, é chorar querendo mais. É ser feliz ao falar: "Foi o melhor show da minha vida". E saber que vai lembrar disso pro resto dela. Contar para seus filhos: "Olha essa foto. Até hoje, é a melhor banda do mundo pra mim".



(as fotos são da @jackiebrito, do show do dia 18. Pra ver outras fotos, só clicar aqui)

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