Em 1996, o gênero de suspense/terror adolescente ganharia uma nova roupagem e abriria terreno para diversos outros beberem da fonte – estou falando, claro, do filme Pânico, do Wes Craven. Com um forte estilo metalingüístico, o filme trazia um serial killer que, como muitos outros das histórias de suspense/terror, usava uma máscara – e, como os seus antecessores, recebeu um título: The Ghostface. Através de ligações perturbadoras, em que questionava sobre famosos filmes de terror para suas vítimas, o serial killer rastreava e matava seus colegas de escola – com a exceção de uma: Sidney Prescott, a típica menina virgem, que traz em seu passado uma tragédia e, não por acaso, se torna o principal alvo do assassino.
Com um roteiro muito bem estruturado, que brinca com o seu próprio estilo, fazendo referências notáveis aos grandes clássicos do gênero, a direção excelente do Craven – que assinou embaixo de clássicos como A Hora do Pesadelo –, trilha sonora marcante e retratando com muita fidelidade a geração de adolescentes dos anos 90, o filme se tornou um clássico de sua era. Dois anos depois, veio a sequência – um traço que também foi copiado por filmes que tentaram seguir o mesmo estilo de Pânico, a esmagadora maioria sem o mesmo sucesso.
E, já no começo do novo milênio, muito mais pelo sucesso do que por outra razão, veio o terceiro filme, completando a trilogia Pânico, apesar de dever muito aos filmes anteriores. A partir de então, a temporada de filmes que seguiam esse estilo adolescente estava aberta, mas sem a mesma originalidade de Pânico, outro motivo que deu a esta franquia o título de clássico.
Mas eis que, quinze anos após Pânico e exatos dez anos após Pânico 3, chega aos cinemas Pânico 4: o Ghostface ressurge, atrás do mesmo alvo, fazendo novas vítimas, baseando-se na nova onda no que se trata não só de filmes de terror, mas de filmes em geral: o remake.
Confesso que, como fã da franquia, fiquei entusiasmada com o retorno de Pânico, mesmo sentindo que o filme não deveria ser muito inovador. Porém a confiança no Craven e a saudade que eu sentia da trilogia falaram mais alto. E ainda bem!
Pra começar, a abertura do novo Pânico é muito boa. Claro que não supera a Drew Barrymore preparando uma pipoca numa noite chuvosa, mas já deixa claro que a metalingüística – característica mais marcante da franquia – estará presente durante todo o filme; aliás, muito mais presente nesse filme do que já esteve nos anteriores. O filme fala sobre ele mesmo tantas vezes que chega a confundir o espectador, provocando uma comédia – um traço que também esteve presente nos anteriores, tanto que muitos fãs não chegam a classificar a franquia como terror, mas apenas um suspense, que não mete medo – no máximo vai fazer você pensar duas vezes antes de atender ao telefone (caso ele toque).
Analisando o filme como parte de uma franquia, considerando todos os elementos que já fizeram parte dos anteriores, Pânico 4 parece muito desnecessário, um desperdício de tempo e dinheiro. Mas na verdade ele é um presente para os fãs, e nesse sentido é um bom presente, já que mesmo depois de uma década e três filmes, o espectador ainda se assusta e não é todo mundo que é capaz de adivinhar o assassino e/ou seus motivos, além do fato de ver de novo o elenco principal novamente reunido: a Neve Campbell, o David Arquette e a Courtney Cox; aquele suspense e a tensão de outrora, o roer de unhas e a conspiração sobre quem estará por trás da tão famosa máscara.
Uma das maiores verdades sobre filmes de terror/suspense atuais é que não causam outro efeito sobre o espectador a não ser a risada, e até isso Pânico 4 capta muito bem: é, de longe, o mais engraçado de toda a franquia. Apesar de toda a confusão que teve com o troca troca de roteiristas, o resultado ficou até bom: o misto de tensão e suspense e comédia que o filme proporciona ao falar sobre ele mesmo – isso pra não falar dos sustos, e da trilha sonora mais uma vez surpreendente –, aliado a uma direção realmente excelente, é algo que não se vê no cenário de filmes atual.
Além dos atores principais da franquia, estão presentes no elenco os queridinhos do cinema adolescente da nova era, que são a geração atual do filme, representando ninguém menos do que nós mesmos, espectadores e, principalmente, adolescentes, 100% do nosso tempo conectados às novas tecnologias e idolatrando as sub celebridades que estão surgindo de forma esmagadora através desses meios.
Pânico 4 (Scream 4)
Suspense/Terror/Thriller
Direção: Wes Craven
Elenco: Neve Campbell, Courtney Cox, David Arquette, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Kristen Bell, Adam Brody, Anna Paquin.
Locais de Exibição (Salvador): Cinemark Salvador Shopping; Ponto Alto; UCI Aeroclube; UCI Orient Iguatemi.
aah, tô doida pra assistir!
ResponderExcluirele e Vip's tão na minha lista já! hha
passa lá no blog que tem post novo!
beijo,
http://efusivamentedeselegante.blogspot.com/